"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você, o sal viria doce para os novos lábios, Colombo procurou as índias mas a terra avisto em você, o som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário, estranho é gostar tanto do seu all star azul, estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras, satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador, aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar e continuar aquela conversa, que não terminamos ontem ficou pra hoje, estranho mas já me sinto como um velho amigo seu, seu all star azul combina com o meu preto de cano alto, se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço, o tom que eu canto as minhas músicas para a tua voz parece exato"
Terminei de ler o livro que conta a história de Cássia Eller. Sabe quando você termina um livro e fica triste porque não tem o Volume II? É. Não é Harry Potter.
Mesmo sabendo o fim da história, devorei 300 páginas em 4 dias. Ele conta o que se passou em sua morte, dos problemas no coração desde criança. Fala que essa música aí, Nando Reis fez para e por nela. Intriga que com tanta coisa por cantar, ela repetia músicas nos novos cds. ECT, por exemplo, está em 3 deles. Vemos que desde adolescente ela já estampava aquele sorriso jacknicholson malandro. E o All Star azul, título dessa música, que ela ainda usava no dia que morreu, foi incinerado, como manda a lei. Pois é, queimaram um relicário.
Nunca fui fã. Lembro que o primeiro show que fui, nem queria ir. Comecei a gostar, assim como o livro mostra que ela gostava das pessoas: aos poucos. Gostando porque 1º de Julho, uma das músicas, é meu aniversário. Gostando, ainda mais, por saber que também gostava de Clarice Lispector e que nasceram no mesmo dia: 10 de dezembro, que agora, é a data de um outro nascimento feliz para mim. Gostando porque tudo ficava mesmo diferente na voz dela e que Nando Reis reconhece na última frase.
Agora quando me disserem que pareço com ela, vou dizer:
- Que nada, eu sou apenas uma garotinha.
4 comentários:
Ontem add no meu orkut um vídeo dela com nosso amigo Márcio Mello... Cássia é a única das que se foram que me faz ficar pensando, pensando, buscando uma justificativa para essa passagem tão rápida... ela tá na trilha sonora da minha vida, abrindo calabouços, me guiando em labirintos, me dizendo coisas, me sacudindo.
Quando tomei o baque da notícia da ida de Cássia, eu estava fora da minha realidade, em Buenos Aires, assistindo uma TV que não falava minha língua. Desesperei. Por mais que tivesse sido bem objetiva a reportagem, tive a esperança que alguém fosse me dizer que meu espanhol era péssimo...
Estive novamente em Buenos Aires a quinze dia atrás e tudo ali é Cássia Eller. A cidade passou a ser ela pra mim.
Hoje acho que Cássia foi para outros ares por uma boa causa. A adoção de crianças por homossexuais tomou outra dimensão no nosso país. O livro da história de Cássia e minhas reflexões, me trouxeram essa "justificativa" com sabor de vitória.
Ainda não li o livro (talvez só faça isso no próximno ano, pois a fila de leituras para 2007 está dando voltas no quarteirão), mas gostei muito.
Acho que a Cássia era mesmo alguém assim, da gente ir gostando aos poucos e, de repente, se descobrir perdidamente apaixonado.
sempre achei que parecias com ela... vcs têm personalidades semelhantes. Aliás, depois empresta o livro aê fessora (ops...)
Cassia Eller!!
Meus olhos ainda maream quando Penso que ela se foi...
Descobri Cassia quando resolvia a minha sexualidade, imagina o que é se deparar com ela na Concha quando a sua cabeça esta fervilhando!!
Maravilha!!
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